Rock Pra Todos

O décimo terceiro álbum na discografia do Capital Inicial tem tudo para agradar aos fãs antigos da banda. Isso porque "Saturno" traz uma sonoridade que remete ao início da carreira: as canções lembram os bons tempos do Aborto Elétrico, de onde surgiram Dinho e Renato Russo.

Com o novo repertório, a banda consegue expressar toda a jovialidade que um bom rock pede, sem parecer que ficou parada no tempo. Consegue unir fãs que hoje estão na casa dos quarente com os novos - adolescentes que conheceram a banda há pouco. Só isso já merece aplausos.

Depois do bem sucedido "Das Kapital", lançado em 2010, "Saturno" resulta ainda mais pungente. O álbum começa com "O Bem, o Mal e o Indiferente", uma canção pesada, com versos interessantes, que instigam um exame de autoconsciência. As letras, aliás, são um dos destaques do álbum.

São 13 faixas que envolvem o ouvinte. Entre elas "Saquear Brasília", com seu jeitão punk, meio 'início dos anos 80', que remete, obviamente, ao começo do grupo, merece destaque. "Apocalipse Agora" também segue essa linha. Junte a elas "O Cristo Redentor" e "A Valsa do Inferno" e você tem as melhores do disco.

A voz e o jeito inconfundíveis de Dinho Ouro Preto cantar precisam ser mencionados. Você pode até não gostar do estilo do Dinho, mas o músico tem personalidade e fez escola - há vocalistas aos montes imitando o veterano. Dinho dá a cara ao Capital Inicial.

Carregado de distorções, "Saturno" soa nervoso - ainda que traga inevitáveis baladas como "Noites em Branco" e a própria faixa-título. Mais rock n' roll e menos romântico, o Capital Inicial fica muito melhor.

01. O Bem, o Mal e o Indiferente
02. Água e Vinho
03. O Lado Escuro da Lua
04. Saquear Brasília
05. Apocalipse Agora
06. O Cristo Redentor
07. Saturno
08. Noites em Branco
09. Poucas Horas
10. A Valsa do Inferno
11. Sol Entre Nuvens
12. Eu Ouço Vozes
13. Um Homem Sem Rosto